A cada ano, mais mulheres têm esperado para ter bebês. Venha conferir os possíveis tratamentos, principais cuidados e outros tópicos importantes acerca da gravidez tardia.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a gravidez tardia já é uma tendência no Brasil. Nos últimos 10 anos, a gravidez na faixa dos 35 aos 39 anos aumentou em 63%, enquanto a taxa de mulheres grávidas com até 19 anos caiu 23%, no mesmo período. Isso acontece principalmente pelo foco no sucesso profissional e pelo avanço dos métodos contraceptivos.
Nesse artigo, trazemos os principais tópicos acerca do assunto. Não deixe de conferir.
O que é a Gravidez Tardia
O conceito de idade ideal para engravidar vem mudando ao longo dos anos, tanto pelos avanços da medicina quanto pelas mudanças de hábitos em nossa sociedade. Para se ter uma ideia, na década de 60, a idade ideal para se ter filhos era entre 18 e 25 anos. Hoje, essa idade é considerada entre 20 e 30 anos.
Nesse contexto, a gravidez tardia é aquela que ocorre após os 35 anos de idade. Ou seja, após essa idade, normalmente fica mais difícil engravidar. Estatisticamente, uma mulher saudável de 30 anos tem cerca de 20% de chance de engravidar a cada mês, enquanto suas chances caem para 10% entre os 36 e 39 anos, segundo especialistas em medicina reprodutiva.
Isso acontece porque à medida que a mulher envelhece, acontecem mudanças em seu ciclo menstrual e tanto o número quanto a qualidade dos seus óvulos caem.
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Cuidados para engravidar de forma natural
Apesar dos desafios, especialistas afirmam que muitas mulheres com mais de 35 anos podem ter gestações e bebês saudáveis. Para isso, alguns cuidados são recomendados.
Antes de tentar engravidar
Primeiramente, caso você decida pela gravidez tardia é importante adotar um estilo de vida saudável. Os bons hábitos incluem dormir bem, exercitar-se regularmente, manter-se hidratada e ter uma dieta saudável e equilibrada, rica em proteínas, frutas e vegetais de folhas verdes. Além disso, também é importante alcançar um peso saudável antes de engravidar. Estar acima do peso ou abaixo do peso pode dificultar a concepção e aumentar as chances de complicações durante a gravidez.
Além desse primeiro cuidado, é importante marcar uma consulta com um ginecologista obstetra tão logo decida que quer engravidar. Você deve revisar seu histórico pessoal e familiar, quaisquer condições médicas crônicas, e informá-lo sobre medicamentos que esteja tomando.
Também é essencial fazer uma suplementação diária com 200-300 mg de DHA e pelo menos 800 mcg de ácido fólico. Isso pode ajudar a prevenir defeitos congênitos graves do sistema neurológico de um bebê, que são formados antes mesmo de a mulher saber que está grávida.
Com a gravidez confirmada
No caso da gravidez confirmada, o ideal é fazer o teste pré-natal o quanto antes, pois ele irá avaliar as chances de seu bebê nascer com um defeito congênito específico ou distúrbio genético. Isso porque óvulos e espermatozoides mais velhos oferecem um risco maior de conceber um bebê com anormalidades genéticas, como a síndrome de Down.
Além disso, após os 35 anos, é mais provável que você desenvolva condições como pressão alta ou diabetes durante a gravidez. Visitas pré-natais regulares ajudam seu médico a monitorar tanto a sua saúde quanto a saúde de seu bebê. Isso ajuda a garantir que quaisquer problemas potenciais sejam detectados e tratados precocemente.
Possíveis tratamentos
Coito programado
O coito programado consiste no direcionamento do casal quanto ao período ideal do ciclo menstrual para a relação sexual e gravidez. Pode ocorrer em um ciclo natural ou com medicamentos que induzam a ovulação.
O medicamento estimula o crescimento de múltiplos folículos (que geralmente ocorre durante o ciclo natural) e o tratamento é realizado pelo crescimento de até 4 folículos. O desenvolvimento folicular é acompanhado por ultrassonografia transvaginal seriada e/ou medições hormonais.
Inseminação artificial
Na inseminação artificial, o sêmen é processado e os espermatozoides são colhidos em um laboratório e inseridos diretamente no útero da mulher. Embora não haja certeza de que eles se encontrarão, o objetivo é aproximar o espermatozoide do óvulo para facilitar a fertilização.
O tratamento geralmente é necessário quando há fator masculino leve ou infertilidade sem causa aparente. A ovulação da paciente também pode ser estimulada com acompanhamento médico durante esse processo para uma maior chance de gravidez.
FIV (fertilização in vitro)
A grande estrela dos procedimentos é a técnica de reprodução assistida altamente sofisticada conhecida como FIV (fertilização in vitro), que também tem mais chances de sucesso.
A mulher recebe gonadotrofinas (hormônios proteicos) por via subcutânea para estimular os ovários. Em seguida, sob sedação, o maior número possível de óvulos maduros é coletado por meio de um procedimento chamado aspiração folicular, realizado com ultrassonografia transvaginal.
No laboratório, cada óvulo é cultivado com milhares dos espermatozoides mais saudáveis de um parceiro ou doador para que a fertilização espontânea possa ocorrer. Os melhores embriões são transferidos para o útero da paciente ou podem ser congelados.
Congelamento de Óvulos: tendência na atualidade
Atualmente, os casos de congelamento de óvulos vêm crescendo exponencialmente. A técnica consiste em congelá-los para uma fertilização posterior. Assim, sua qualidade será a mesma da idade em que foram extraídos.
Suponha que uma mulher tenha seus óvulos coletados aos 33 anos e queira engravidar aos 43 anos. Dessa forma, ela tem a mesma chance de quando era 10 anos mais nova.
Recentemente, a notícia da gravidez tardia da atriz Cláudia Raia vem causando muita curiosidade. Isso porque ela se descobriu grávida aos 55 anos. Na verdade, ela relata em entrevista que no final de 2021 que tentou uma fertilização in vitro com óvulos congelados aos 48 anos e não obteve sucesso.
Como ela passou por todo um processo de estimulação hormonal, acabou engravidando mais tarde, de forma natural. Ela havia sido alertada pelos médicos, mas como estava na pós-menopausa, a atriz não levou a sugestão a sério.
Cada mulher é diferente e a idade por si só é apenas parte da equação – a saúde de uma mulher e seus hábitos e estilo de vida também influenciam. Há muitas mães mais velhas que passam a ter gestações e bebês saudáveis.
Se você está pensando em começar uma família e tem alguma dúvida, o ideal é conversar com o seu médico para ter a melhor orientação possível.
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